Aluna: Luísa Kobarg Cercal Patrianova
Turma: 202
Professor: Marcelo Az Oratez
Família Kobarg:
Historia do nome:
Hernesto João Cristiano Kobarg casado com Bárbara Elizabeth junto com seus seis
filhos e cunhado, moravam em Kil, (cidade portuária) da Alemanha. No fim de 1913, começo de 1914, antes que a
Alemanha começasse a 1ª guerra mundial, Hernesto viajou com sua família durante
um mês para atravessar o atlântico rumo ao Brasil. Chegaram à Ilha das Flores,
Baía do Guanabara (RJ), passaram um mês lá. Depois foram para Florianópolis
(SC), em seguida para Nova Trento, em um vilarejo chamado Vila dos Sapos, onde
trabalhavam na lavoura, um trabalho não muito fácil com a presença dos índios,
logo após seguiram para Espinheiros, onde Hernesto e seu cunhado trabalhavam
como faxadista e pedreiro, construíam principalmente casas de alvenaria.
Seguiram de viagem e fixaram-se em Itajaí (SC) no bairro São João.
Hernesto passou a trabalhar com um de seus filhos, já crescido, Henrique Carlos
Kobarg, que estudou no Brasil e tomou como profissão pedreiro.
Henrique Carlos casou-se com Maria do Carmo Maes Kobarg em Itajaí, tiveram
cinco filhos, sendo eles Loni Lygia, Leda Lacir, Lyete, Luiz Ernesto e Léo
Henrique.
Loni Lygia Kobarg Cercal casou-se com Ayrton Cercal. Loni se especializou como
administradora educacional e Ayrton como contador. Deste casal nasceram Leila,
Ayrton, Lísia, Laís, Leslie e Loraine.
Leslie Kobarg Cercal Patrianova casou-se com Márcio Espindola Patrianova, que
ambos são enfermeiros, e Márcio é professor e dentista. Estes tiveram três
filhas Larissa, Luísa e Laura, todas carregando com si o nome Kobarg.
Certificado Histórico do
nome:
O nome de família germânico Kobarg é classificado como sendo de origem
habitacional. A frase “nomes habitacionais” é usada para descrever nomes de
família que tem suas origens no local de residência de seu portador inicial. Em
algumas circunstancias, esses sobrenomes são derivados do nome de uma cidade,
vila ou região em que o portador original nasceu ou residia. Outras referências
mencionam o local geográfico da casa de seu portador original, e outras ainda,
referem-se a um sinal posto na porta de entrada de sua residência. Com respeito
ao sobrenome Kobarg, ele é derivado do vocábulo “Kuo” do Antigo Alto Alemão,
significando “vaca” e “Berg”, significando “montanha”, denotando “alguém que
vivia pela montanha onde as vacas pastavam”. Variantes do nome Kobarg incluem
Koberg e Koberger.
Uma das mais antigas referências a este sobrenome, ou a uma variante, é o
registro de casamento de Jochim Kobarg e Grete Harte, que se acha em documentos
de Dänischenhagen, Schleswing-holsbein, em 1669. Outras referências mencionam o
casamento de Hans Kobarg e Stiene Revenstorp, celebrado em Dänischenhagen em
1989, e o casamento de Erhardt Friedrich Kobarg e Anna Magdalena Bahr que teve
lugar na mesma cidade em 1776.Fontes onomásticas mostram que sobrenomes
hereditários foram usados pela primeira vez na Alemanha no século XII, A
prática de se adotar um nome que era recebido de uma geração para a
próxima,estendeu-se gradualmente até incluir todas as áreas da língua alemã.
Não foi senão a partir do século XVI que, podemos dizer, categoricamente, que
as vastas maiorias dos alemães receberam um nome de família que tivesse
pertencido a seus pais.
Brasão de Armas: De ouro,
entre dois galgos pintados de negro, uma faixa de prata carregada com duas
rosas em faixa de vermelho.
Timbre: Um galgo como nas
armas sainte entre um par de asas de prata, casa asa carregada com a faixa das
armas.
Origem: ALEMANHA
Família
Patrianova:
Hermes Justino Patrianova,
nascido em Imaruí, Santa Catarina, no dia 24 de outubro de 1910, contabilista,
pela Escola Técnica do Comercio de Santa Catarina. Dentre as muitas atividades
que exerceu destaca-se: professor primário municipal e tesoureiro municipal de
Imaruí, ex-tenente da revolução de 1930; ex-prefeito municipal substituto,
coletor estadual, inspetor de coletoria, fiscal de tributos, e presidente da
AFFESC (Associação dos Fiscais da Fazenda de Santa Catarina) e ex-assessor da
Comissão Geral de Investigações – Florianópolis.
Pai de nove filhos (Maria
das Dores, Ivens, César, Hermar, Márcio, Carlos, Hermes, Marcos e Márcia) teve
uma vida sempre agitada e sofrida (como ele mesmo dizia).
A Vida é assim amigo,
Todos sofremos contigo.
Mas se gostas de viver,
Dum lembrete não te esquives
Se tem a impressão que
vives,
É que quando estás a sofrer.
(1944) transcrito In Pequeno Livro, 1985.
Ao lermos o seu pequeno
livro (que é pequeno não por ser diminuto e sim porque serviu a um projeto de
custeio do grande livro – enciclopédia ainda inédita da tradução dos topônimos
brasileiros de origem indígena) podemos sair do tecnicismo biográfico e
alinhavar relatos e passagens de vida somados às que presenciamos e vivenciamos
como filho, como família e principalmente como um grande amigo.
O que podemos dizer do
senhor Hermes Justino Patrianova é que era um apaixonado. Suas conversas à
mesa, passeios à chácara onde sempre retornava menos estressado e com algumas
frutas como um cacho de banana, punhados de sapoti, anona, laranja, abacate
etc; as viagens a muitas cidades, sem roteiro prévio...
No convívio diário tudo era
motivo de ensinamento, sempre espelhado em seu avô e pai Elias Manoel e Manoel
Elias:
“Nosso saudoso Pai era um
dileto,
Filho de Elias Manoel de
Castro,
De quem seguimos todos nós,
o rastro
De um homem de bem e de Avô
predileto
Nós, que vivemos sob o caro
teto
Onde tomamos o primeiro
lastro
De educação, de amor, de fé
num Astro,
Sentimos forte o bem de ser
seu neto!
A mesma força que sentimos
nós,
Sentiu o nosso Pai, que
recebeu
A linha reta de nossos Avós.
Por isso, às vezes,
verdadeira fera,
Em defender o tudo que era
seu
Para a Família um Santo Pai
ele era!”
Um Santo Pai (Hermes Justino
Patrianova, 1885) in: Pequeno Livro
Da terra ensinou-nos a arte
do enxerto, a riqueza da natureza e o espírito de preservação.
Porém o que está sempre
presente em nossas vidas é a riqueza literária que ele nos deixou. E este
período coincide com os seus últimos trinta anos vividos em Joinville e
posteriormente em Itajaí, a partir de 1970. Estudioso em muitas coisas, foi na
língua tupi que desenvolveu seu trabalho mais profundo de pesquisa. Seu
conhecimento da língua indígena vem desde a época de jovem quando trabalhava em
frentes na construção de estradas em sua cidade natal, estando lado a lado com
os chamados bugres. Na verdade o nosso dia a dia está cheio de nomes indígenas,
como em plantas, animais e comidas, além da vasta toponímia geográfica. Esta
que deu inspiração para confeccionar a sua grande obra literária.
Como membro da academia
itajaiense de letras teve sua poesia sobre Itajaí, datada de 1944 no seu dizer
“uns versinhos simples, um poeminha sem pretensões, mas sincero” quando de sua
estada aqui:
Teu nome embeleza um Val,
Que banha Gaspar, Timbó,
Brusque, Ibirama e Indaial,
Confundindo-os em um só...
Com Rio do Sul florescente
E Blumenau lutador,
Tu és a porta da frente
Deste Vale promissor!
Teu aspecto de Cidade,
A pompa de tua Praça,
Tua boa Sociedade,
Tudo aumenta a tua graça!
Tamanha fraternidade
Noutro Povo nunca vi!
É motivo de vaidade
Ser filho de Itajaí!
Tiveste e ‘e inda tens’, as
vistas
Homens com nomes na História
De nossa Pátria, e
bairristas,
Que enaltecem tua glória!
Linda esmeralda engastada
No pé da medalha-Mar,
És, no colo da Valada,
O fecho do Rio-Colar!
Itajaí (Hermes Justino
Patrianova, 1944) in Pequeno Livro.
Criou e manteve semanalmente
o jornal Itajaí Literário (pequeno jornal fotocopiado) por alguns anos,
divulgando as suas histórias e suas traduções toponímicas.
Foi colaborador da
publicação Blumenau em Cadernos. Nestes anos de dedicação ao estudo da língua
tupi colecionou muitos amigos, mas também experimentou alguns dissabores, não
diria de inimigos, mas de pessoas com opiniões divergentes. E o auge disto
eclodiu com a fervorosa campanha a favor da origem do nome Itajaí, vinculada a
uma grande escultura de pedra, natural, na foz do rio do mesmo nome (o nome dos
rios eram dados não na sua nascente, mas na sua foz). Confesso que enquanto
escrevia estas linhas, necessitei resgatar algumas informações sobre a língua e
me deparei com a sua biblioteca, guardada com muito carinho, vasta em livros e
dicionários da língua silvícola. O senhor Hermes Justino Patrianova era um
estudioso. Defendia uma tradução para o nome Itajaí baseada em estudos
aprofundados. Sua grande enciclopédia tem em anexo um pequeno dicionário tupi –
português, português-tupi, para interpretação da toponímia. Sua magoa, ao final
da vida foi não ser valorizado ou mesmo reconhecido pela sua contribuição.
Todas as traduções para o nome Itajaí são teóricas e cada um a defende baseada
em estudos, convicções, mais ou menos fortes e evidentes. Sua teoria - pois tem
sustentação e amplamente divulgada, portanto não desconhecida (no pequeno
livro, artigos inúmeros em jornal local e regional, semanário, revistas
regionais) mostravam uma tradução consistente baseada em estudos profundos da
língua resgatando uma escultura natural aonde o índio e por que não dizer,
qualquer um, ficaria maravilhado, ao contemplá-la. E o índio deu-lhe um nome
decifrado na decomposição do topônimo ITÁ (PEDRA) JAÓ (PÁSSARO) I (RIO). Temos
muito que aprender e resgatar com a cultura índia – ELA FAZ PARTE DA NOSSA VIDA
E NOSSA DESCENDÊNCIA.
Seu lema para a vida sempre
foi um verso simples mas que sempre emoldurou suas convicções e anseios e que
está e estará sempre gravado em nossa memória.
“O que merece ser feito
tem, além do seu valor,
motivo de ser perfeito,
de ser feito com amor!
Hermes Justino Patrianova
24/10/1910 – 16/07/1999