NOME: wictor Willian raimondi
disciplina: historia
data: 17/06/2015
Revolução Francesa
A Revolução
Francesa, que se deu no ano de 1789, no qual se desenrolam seus acontecimentos
decisivos é o evento que, segundo alguns autores, inauguram a chamada Idade
Contemporânea. Os historiadores do século XIX, que fizeram a linha divisória da
História, imputaram a este acontecimento o caráter de marco divisor entre a
Idade Moderna e a Contemporânea, por conta da radicalização política que o
caracterizou. Para se entender a Revolução Francesa é necessária conhecer um
pouco da situação econômica e social da França do século XVIII.
Até o século
XVIII, a França era um estado em que vigia o modelo do absolutismo monárquico. O então
rei francês, Luís XVI, personificava o Estado, reunindo em sua pessoa os
poderes legislativo, executivo e judiciário. Os franceses então não eram cidadãos
de um Estado Democrático Constitucionais, como hoje é comum em todo o mundo
ocidental, mas eram súditos do rei. O rei personificava o Estado.
Dentro da
estrutura do Estado Absolutista, havia três diferentes estados nos quais a
população se enquadrava: o primeiro estado era representado pelos bispos do
Alto Clero; o segundo estado tinha como representante a nobreza, ou a
aristocracia francesa – que desempenhava funções militares (nobreza
de espada) ou funções jurídicas (nobreza de toga); o
terceiro estado, por sua vez, era representado pela burguesia, que se dividiam
entre membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros, empresários, os sans-cullotes
(“sem
calções”), trabalhadores urbanos, e os camponeses, totalizando cerca de 100% da
população.
Ao logo da
segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras, como
a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos
Estados Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao
mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida,
era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento
com a burocracia que o mantinha em funcionamento. Soma-se a essa atmosfera duas
crises que a França teria que enfrentar: 1) uma crise no campo, em razão das
péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que gerou uma inflação 62%; e
2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo
pela falta de modernização econômica – principalmente a falta de investimento
no setor industrial.
Os membros
do terceiro estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos
panfletos que propagavam as idéias de liberdade e igualdade, disseminadas entre
a população) passaram a ser os mais afetados pela crise. No fim da década de
1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses começaram a exigir
uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como passaram a
reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura
política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais,
isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à situação
política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do
terceiro estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirrou.
O rei então estabeleceu a Assembléia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789,
com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram
por representação de estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos
contra um, ou seja: primeiro e segundo estados contra o terceiro. Fato que
despertou a indignação de burgueses e trabalhadores.
A burguesia,
que liderava o terceiro estado, propôs em 10 de junho uma Assembléia Nacional,
isto é, uma assembléia para se formular uma nova constituição para a França.
Essa proposta não obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero.
Em 17 de junho, burgueses, trabalhadores e demais membros do terceiro estado se
declararam em reunião para formulação de uma constituição, mesmo sem a resposta
do primeiro e do segundo estado. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em
Paris e outro entre os camponeses. A Revolução se iniciou.
Em 14 de
julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era símbolo
do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembléia Nacional instituiu uma série
de decretos que, dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como
a isenção de impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis. A Assembléia
institui a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a
condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de
1791 foi promulgada a nova constituição francesa, assegurando a cidadania para
todos e pressionando o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa
constituição previa ainda a igualdade de todos perante a lei, o voto
censitário, a confiscação das terras eclesiásticas, o fim do dízimo, a
constituição civil do clero, deter outros pontos. A partir deste momento, a
França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo governo, a Monarquia
Constitucional, que durou de 1791 a 1792.
A ala mais
radical da Revolução, os jacobinos (que haviam participado da Assembléia
Constituinte, sentando-se à esquerda do plenário e opondo-se aos girondinos que
se posicionavam à direita), defendiam uma ampliação da perspectiva
revolucionária, cuja proposta era não se submeter às decisões da alta
burguesia, que se articulava com a nobreza e o monarca. Os jacobinos queriam
radicalizar a pressão contra os nobres e o clero, e instituir uma República
Revolucionária, sem nenhum resquício da Monarquia.
Prevendo a ameaça que vinha dos rumos que a Revolução tomava,
o rei Luís XVI articulou um levante contra-revolucionares com o apoio da
monarquia austríaca e prussiana. Em 1792, a Áustria invadiu a França e essa
declarou guerra àquela. A população parisiense, após saber dos planos do rei,
invadiu o palácio real de Tulleries e prendeu o rei e sua família. O Rei e sua
esposa, Maria Antonieta, tiveram suas cabeças decepadas pela guilhotina em 1793
e a Monarquia Constitucional chegou ao seu fim no mesmo ano.
O último rei do absolutismo francês, Luís XVI, e sua esposa, Maria Antonieta, foram guilhotinados pelos revolucionários
Com o fim da
Monarquia Constitucional, houve também a dissolução da Assembléia Constituinte
e a Convenção Nacional de um novo parlamento. O período da
convenção se caracterizou pela forte presença do radicalismo jacobino
comandando a Revolução, momento que se tornou conhecido como a fase do Terror
(sobretudo por conta do uso indiscriminado da guilhotina como máquina da
morte). Nomes como Robespierre, Saint-Just e Danton figuram entre os principais
líderes jacobinos. Foi neste período também que a Áustria e Prússia
prosseguiram sua guerra contra a França, temendo que a Revolução se espalhasse
por seus territórios. No processo de confronto contra essas duas monarquias,
nasceu o exército nacional francês, isto é: um exército que, pela primeira vez,
não era composto de mercenários e aristocratas, mas do povo de uma nação que se
via como nação.
Em 1795, a
burguesia conseguiu retomar o poder e, através de uma nova constituição,
instituir uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório,
órgão composto por cinco membros indicados pelos deputados. Mas a partir deste
mesmo ano a crise social se tornou muito ampla na França, o que exigiu um
contorno político mais eficaz, sob pena da volta da radicalização jacobina.
Um dos mais
jovens e destacados generais da Revolução, Napoleão Bonaparte, era o nome
esperado pela burguesia para dar ordem à situação política francesa. Em 1799,
ao regressar do Egito à França, Napoleão encontrou um cenário conspiratório
contra o governo do Diretório. Foi neste cenário que ele passou a figurar como
ditador, inicialmente, dando o golpe de 18 de Brumário (segundo o calendário
revolucionário), e depois como imperador da França. O Período Napoleônico durou
de 1800 a 1815 e mudou o cenário político do continente europeu, ao passo que
expandiu o ideal nacionalista para várias regiões do mundo.
França
Pré Revolucionária
A França Pré - Revolucionária no século XVIII
mantinha divisão em três estados. O Clero era considerado o primeiro estado, a
Nobreza era considerado o segundo estado, e o Povo era considerado o terceiro
estado, o clero e a nobreza tinham vários privilégios como exemplo, o de não
pagar os impostos, então, o povo sempre estava carregando os outros dois
estados nas costas.
A maioria da população vivia e trabalhava no campo,
porém a oferta de alimentos era pequena, pois quase não havia concentração de
terras e os impostos eram muito pesados. A fome era algo que estava arrastando
os franceses com as secas da década de 1780. Em 1789 o preço do pão estava tão
alto, que uma família gastava quase 90% de seu rendimento para a compra do pão.
Os comerciantes estavam revoltados, insatisfeitos porque tinham que pagar um
grande número de impostos aos nobres. Portanto, mesmo com dinheiro a burguesia
estava insatisfeita.
A França estava oprimida com a grande perca da
Guerra dos Sete Anos conta a Inglaterra. Além disso, estava ocorrendo uma
grande insatisfação popular com a corte, em Versalhes. Insatisfação com a
Rainha Maria Antonieta, que estava sempre ligada as luxúria, depravação.
Os panfletos que circulavam pela grande Paris eram
muito comuns ver como os monarcas eram tratados, elas eram tratados como
animais. A panfletagem que circula pela Paris ajudou a arrancar pela raiz a áurea
sacra dos reis franceses.
A Assembléia Nacional Constituinte
Em maio de 1789, tão logo os Estados Gerais se
reuniram em Versalhes, manifestaram-se os conflitos entre as três ordens sobre
o sistema de votação. A nobreza contava com 300 representantes, o clero com
outros 300 e o terceiro estado, com 600. Enquanto o clero e a nobreza exigiam o
"voto por ordem". O terceiro estado exigia o “voto por cabeça".
Foi a primeira vitória popular: apoiado por dissidentes das outras ordens, e
especialmente pelo baixo clero, o terceiro estado fez valer sua posição. Em
junho, essa nova maioria se reuniu em separado no "Salão da Pela" (um
jogo parecido com o tênis) e jurou permanecer unida até dar à França uma
constituição. Diante das manifestações dos parisienses em apoio a essa atitude,
orei viu-se obrigado a convidar o clero e a nobreza a se unirem aos
representantes do povo. Desse modo, em 9 de julho de 1789, os Estados Gerais se
transformaram numa Assembléia Nacional Constituinte.
Essa decisão incitou o rei a tomar medidas mais
drásticas, entre as quais a demissão do ministro Jacques Necker (1732-1804),
conhecido por suas posições reformistas. Ao saberem do afastamento do ministro
patriota, as massas parisienses mobilizaram-se e passaram a controlar as ruas
da capital. Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a Bastilha, fortaleza e prisão
símbolo do regime absolutista, e libertou os presos que ali se encontravam. A
tomada da Bastilha foi um marco decisivo para o movimento revolucionário, pois
forçou o monarca a reconhecer o poder dos deputados constituintes. Estes
retomaram imediatamente seus trabalhos, que se estenderam até 1791.
Em função das agitações parisienses, o movimento
revolucionário espalhou-se pelo campo. Na luta pelo fim da servidão e dos
direitos feudais, os camponeses invadiam os castelos da aristocracia e em
muitos casos massacravam seus proprietários. Paralelamente, corriam boatos da
vingança terrível que os nobres exerceriam sobre campesinato. Essas notícias
ocasionaram uma onda de pânico que se expandiu pela maioria das províncias do
país, entre fins de julho e princípio de agosto de 1789, que ficou conhecida
como Grande Medo (La Grande Peur).
Entre as primeiras medidas aprovadas pela Assembléia
estavam à abolição dos direitos feudais - de maneira gradual e mediante
amortização -, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e o confisco das
terras da Igreja. Em 1790, foi adotada a Constituição Civil do Clero, tentativa
de subordinar a Igreja Católica ao Estado. De modo geral, as medidas golpeavam
os privilégios da nobreza e do clero, mas não o trono. A proposta de limitação
do poder do soberano por meio do estabelecimento de três poderes-executivo,
legislativo e judiciário - constituía uma tentativa de conciliar a instituição
real herdada do passado com as aspirações de modernização política da França.
A Constituição de 1791, de natureza individualista e
liberal, estabeleceu que todos for iguais perante a lei. Todavia, alguns eram
"mais iguais do que outros", uma vez que o texto estabeleceu o
sufrágio censitário, com a distinção entre cidadãos ativos e passivos. Ativos
eram aqueles que votavam de acordo com a sua renda, ou seja, gente de posses,
os ricos. Passivos eram os não votantes, como os trabalhadores, os
desempregados, as mulheres, enfim, os excluídos. Assim, a Constituição de 1791
mostrou que foi o reflexo das aspirações de uma burguesia moderada que tomou a
seu cargo a administração dos departamentos e municípios franceses.
Mas esse projeto moderado não tinha muita
sustentação. Por um lado, os setores populares urbanos queriam avançar com o
processo revolucionário. Por outro lado, muitos nobres haviam-se refugiado no
exterior e se organizavam para destruir pelas armas todas as conquistas da
revolução. Os emigrados tinham o apoio de Estados absolutistas como a Áustria e
a Prússia, que viam na França constitucional um exemplo perigoso.
A situação agravou-se em junho de 1791, quando Luís
XVI e a família real tentaram fugir para a Áustria, terra natal da rainha Maria
Antonieta (1755-1793). A comitiva foi presa na cidade de Varennes e reconduzida
a Paris.
Em agosto de 1791, os governantes da Áustria e da
Prússia lançaram a Declaração de Pillnitz, que afirmava a necessidade da
restauração da ordem e dos direitos reais na França como um projeto de
interesse comum de todos os Estados europeus. Como era de esperar, tal
declaração desagradou os franceses, que a viam como uma interferência nos
assuntos internos do país.
Em setembro de 1791, depois de elaborar a Carta
Magna francesa, a Constituinte dissolveu-se. A Assembléia Legislativa, que a
substituiu, teve de conviver com a ameaça de intervenção externa e com uma
séria crise econômica que acabou gerando especulações e um processo
inflacionário. Tudo isso reforçou a influência dos setores mais radicais no
Legislativo. Em abril de 1792, a Assembléia declarou guerra à Áustria e à
Prússia. Como os exércitos desses dois países conseguiram atravessar a
fronteira e chegaram a ameaçar a cidade de Paris, a ala radical proclamou a
"pátria em perigo" e distribuiu armas à população parisiense. O
controle da capital passou à Comuna de Paris, que exigiu da Assembléia o
afastamento do rei. Não sendo atendidos, os parisienses atacou em 10 de agosto
o palácio real, detendo o soberano e obrigando o Legislativo a suspendê-lo de
suas funções. Esvaziada de seu poder, a Assembléia convocou a eleição de uma
Convenção Nacional.
Em 20 de setembro, o exército
popular derrotou os austríacos e prussianos na batalha de Valmy. Como
prevalecia a crença de que o rei e seus adeptos haviam colaborado com os
estrangeiros, Luís XVI foi declarado inimigo da revolução. No mesmo dia, a
Convenção Nacional iniciou seu governo, decretando o fim da monarquia e
proclamando em 21 de setembro a República. Terminou desse modo a fase inicial
do movimento revolucionário, na qual a burguesia urbana e os movimentos
camponeses investiram basicamente contra os nobres. A fase seguinte da
Revolução Francesa, dirigida pela Convenção, veria novos alinhamentos políticos
e novos confrontos.
Queda
da Bastilha
A queda
da Bastilha foi o evento decisivo para o início da Revolução
Francesa de 1789. A Bastilha
era uma velha fortaleza construída em 1370, utilizada pelo regime monárquico
como prisão de criminosos comuns. Na regência do Cardeal Richelieu, porém, o prédio foi
transformado em prisão de intelectuais e nobres, especialmente os opositores à
ordem estabelecida, seja em relação à monarquia, sua política ou mesmo à
religião católica, oficial no período monárquico.
A invasão da
fortaleza pelo povo de Paris, em 14 de julho de 1789 é a data referencial para marcar as comemorações
da Revolução Francesa. Apesar de ser uma prisão, na data em que foi invadida
esta contava apenas com sete presos. A tomada da fortaleza tinha o aspecto
prático de resgatar as armas que havia em seu interior, e também o aspecto
simbólico de ocupar um dos expoentes máximos do absolutismo.
Outro
aspecto marcante do acontecimento foi o de demonstrar que o movimento em curso para buscar a extinção do regime
absolutista contava a partir de agora com a população em geral e não mais de um
grupo de deputados que pretendiam modificar o regime através de leis.
Na época, o
sistema legislativo francês dividia-se em três grupos, os chamados três
Estados: o primeiro compreendia os representantes da nobreza; já o segundo
representava o clero católico; finalmente, o terceiro, representava a população
em geral. Os dois primeiros grupos votavam quase sempre em conjunto deixando o
Terceiro Estado isolado e marginalizado, tornando qualquer proposta de mudança
da situação pela via política bastante difícil.
Diante dessa
situação de falta de representabilidade política, somada à dilapidação dos
cofres públicos promovida pela nobreza e pelo clero, aos problemas econômicos enfrentados pelo país na
época (devido à participação francesa na guerra de independência dos Estados
Unidos somada às colheitas deficitárias ocorridas naqueles últimos anos), a
situação torna-se insustentável, o que lança o povo contra o governo de modo dramático,
tomando o controle do país à força.
Esta tomada
de posição das classes mais humildes irá tomar da classe burguesa o comando
pelas reformas no país. É assim que, a 25 de agosto do mesmo ano de 1789, a
revolução em curso aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento
de inspiração iluminista que marca o declínio dos traços do sistema feudal ainda vigente no país, defendendo
direitos considerados atualmente básicos e fundamentais, como direito à
liberdade, igualdade perante a lei, inviolabilidade da propriedade privada e
resistência a qualquer tipo de opressão
Jacobinos
e girondinos
Em 1791
começou a vigorar a nova Constituição francesa. A Assembléia Constituinte,
convocada para escrevê-la, foi dissolvida ao concluir sua missão. Em seu lugar,
passou a funcionar a Assembléia Legislativa Francesa, que foi palco das
disputas que estavam sendo travadas na sociedade como um todo. O exercício da
política passou a se fazer a partir da divisão dos poderes entre Legislativo
(que faz as leis), exercido pela Assembléia; Executivo (que executa as leis),
exercido pelo rei; e Judiciário (que cuida do cumprimento das leis), exercido
por juízes eleitos.
Dentro da Assembléia, do lado direito sentavam-se os chamados girondinos, que eram moderados e queriam o respeito à Constituição. Do lado esquerdo, os deputados radicais, que queriam a implantação da República, limitando o poder real. Os da esquerda eram chamados de jacobinos (liderados por Robespierre) e "cordeliers" (liderados por Danton e Marat).
Dentro da Assembléia, do lado direito sentavam-se os chamados girondinos, que eram moderados e queriam o respeito à Constituição. Do lado esquerdo, os deputados radicais, que queriam a implantação da República, limitando o poder real. Os da esquerda eram chamados de jacobinos (liderados por Robespierre) e "cordeliers" (liderados por Danton e Marat).
NAPOLEÃO BONAPARTE
Como
vimos a revolução
francesa termina com Napoleão
Bonaparte no poder. Isto significa que um dos objetivos da revolução, que era a
queda do absolutismo, não durou muito tempo, e a frança foi obrigada a conviver
com um grande ditador. Apesar de ditador, o povo francês, e principalmente, a
alta burguesia, via na figura de Napoleão, um defensor do ideal revolucionário
e dos seus interesses econômicos. Na verdade, Napoleão, como um grande
estrategista e bom guerreiro que era não se contentou em ficar restrito apenas
com as questões da frança. À medida que o tempo vai passando, ele quer
conquistar outras regiões da Europa, bem ao estilo expansionista dos antigos
romanos, e termina, juntamente com seu país, isolado do resto do mundo.
Este retrato equestre de Napoleão, de autoria de Jacques-louis
David, de 1801, mostra o desejo dele, de ser um grande conquistador, inspirado
no modelo dos imperadores romanos.
De soldado a general
Até 1792, Napoleão Bonaparte era um jovem soldado pouco conhecido na frança, com
apenas 23 anos de idade. Mas, neste ano, ele consegue convencer as autoridades
francesas a promovê-lo capitão.
A partir daí, ele apresenta um plano para libertar toulon, cidade do sul da
frança, que estava sob o domínio inglês. Comandando suas tropas, ele liberta a
cidade e conquista o posto de general
(1793). Em 1796, [1] conseguiu mais uma vitória, dessa vez na
campanha contra a Áustria, cujas tropas ocupavam o norte da península itálica,
ameaçando a frança. Nessa ocasião, sua popularidade estava em alta e cresceu
ainda mais depois que venceu esse conflito. Entretanto, a Inglaterra, maior
inimiga da frança, ainda não havia sido derrotada e era uma ameaça para o país.
Napoleão desejava invadir o território inglês e, para isso, elaborou um plano:
atacar primeiro os locais de onde provinha boa parte da riqueza dos ingleses: o
Egito e a índia. Foi então, para Alexandria, cidade no norte do Egito, com 30
mil homens, mas não alcançou a vitória esperada, principalmente porque os ingleses
bloquearam a costa egípcia e Napoleão teve de abandonar suas tropas e voltar
para a frança em 1799. Chegara ao conhecimento de Napoleão a notícia da
formação de mais uma coligação de nações contra a frança. Além disso, fora
informado também de que a confusão reinava em seu país: não havia mais líder no
diretório, e a população começava a se rebelar. A partir daí, inicia-se a sua
trajetória política, cujo governo estende-se de 1799 a 1815 e pode ser dividido
em três partes: consulado (1799
– 1804); império (1804 – 1815) e
governo dos cem dias (1815).
Consulado (1799 a 1804)
Depois
de seu retorno do Egito, em 1799, Napoleão chegou à frança desfrutando de
grande prestígio devido às vitórias militares. Valendo-se desse prestígio com a
população e diante da situação de instabilidade política do país, planejou um
golpe de estado, que ficou conhecido como golpe 18 brumário, e
ocorreu em 10 de novembro de 1799. Contando, também, com o apoio de boa parte
da alta burguesia, que via em Napoleão o líder capaz de concretizar seus
projetos, Napoleão derruba o diretório e
instala-se o consulado.
O
consulado era governado por três cônsules, Napoleão Bonaparte, Emmanuel Joseph
sieyès e Roger ducos, encarregados de elaborar uma nova constituição. Pela nova constituição, Napoleão assumiria o posto
de primeiro cônsul durante dez anos. Três anos depois (1802), no entanto, Napoleão
foi aclamado cônsul vitalício.
Uma
das principais medidas tomada por Napoleão foi à implantação do código civil
napoleônico [3], inspirado nas leis romanas, e que entrou em
vigor em 21 de março de 1804. A principal finalidade do código era assegurar
diversas conquistas da burguesia com a revolução francesa, como a liberdade
individual e econômica e a igualdade dos indivíduos perante a lei. O código
previa ainda a proibição da organização dos trabalhadores em sindicatos e as
greves.
Império (1804 – 1815)
Ainda
em 1804, a opinião pública francesa foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão,
através de um plebiscito, para a
implantação definitiva do governo do império.
Napoleão ocupa o trono francês, como imperador,
com a aprovação de quase 60% dos votos.
Realizou-se
uma festa em 2 de dezembro de 1804 para se formalizar a coroação do agora Napoleão
i na catedral de notre-dame. Um dos momentos mais notórios da história ocorreu
nesta noite, onde, com um ato surpreendente, Napoleão i retirou a coroa das
mãos do papa pio vii, que viajara especialmente para a cerimônia, e ele mesmo
se coroou, numa postura para deixar claro que não toleraria autoridade alguma
superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Enquanto
isto, as principais potências européias – Áustria, Prússia e Inglaterra – eram
governadas por monarcas que temiam ser derrubados por movimentos
revolucionários como o que provocou a execução de Luís xvi na frança (1793).
Para Napoleão, portanto, era importante derrotar esses países e colocar em cada
um deles governantes aliados.
O
principal inimigo de Napoleão era a Inglaterra e sua conquista constituía a
tarefa mais difícil para ele. Por localizar-se em uma ilha, a Inglaterra, com
uma poderosa marinha, só poderia ser conquistada por mar. Além disso, em
outubro de 1805, na batalha de trafalgar, na costa espanhola, a frota francesa
foi derrotada quando avançava em direção à Inglaterra, aumentando ainda mais o
seu ódio contra os ingleses. Em dezembro do mesmo ano, para compensar, venceu
austríacos e russos em austerlitz. No ano seguinte (1806), derrotou ainda os
prussianos e, em seguida, invadiu Berlim.
Agora,
na tentativa de vencer os ingleses, em 1806, Napoleão decreta o bloqueio continental, proibindo todos
os países europeus de comerciar com os ingleses. Os países que não aderissem ao
bloqueio estavam ameaçados de ser invadidos por tropas de Napoleão.
Mapa do
bloqueio continental
Muitos
países não aderiram ao bloqueio continental, apesar das ameaças napoleônicas.
Um desses países foi Portugal,
que nessa época (1806), era governado pelo príncipe–regente d. João, e aliado
da Inglaterra. D. João ficou em uma situação difícil, pois se não obedecesse a Napoleão,
o príncipe-regente certamente veria Portugal ser invadido por tropas francesas
e se aliasse à frança, compraria briga com sua aliada Inglaterra. A solução
encontrada foi transferir-se para o Brasil, levando sua família e os principais
funcionários do reino com a ajuda dos aliados ingleses. No final de 1807, cerca
de 20 mil pessoas embarcaram em catorze navios rumo à América, com suas
riquezas, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo o que podiam
transportar. Quando o exército de Napoleão chegou a Lisboa, encontrou apenas um
reino abandonado e pobre. O fato de a família real transferir-se para o Brasil
acabou favorecendo a Inglaterra e estimulando a independência da colônia
portuguesa na América. Enquanto isto, a Rússia,
enfrentando séria crise econômica, também se recusou a continuar o bloqueio
continental contra a Inglaterra. Como represália, em 1812, Napoleão declarou
guerra à Rússia. “o exército napoleônico chegou a ocupar moscou, mas
encontrou-a incendiada e abandonada. Sem abrigo e sob um rigoroso inverno
(temperaturas inferiores a -30ºc), Bonaparte decidiu pela retirada das tropas,
dando aos russos a oportunidade de realizar a ofensiva militar.” Já na frança, Napoleão
teve de organizar um novo exército para combater uma poderosa aliança militar
que havia se formado entre alguns países europeus com o objetivo de invadir o
território francês. Composta de forças da Prússia, da Áustria e da Rússia, a
aliança derrotou as tropas de Napoleão em Leipzig, e a frança foi invadida, em
março de 1814. Napoleão foi preso, destruído e exilado na ilha de Elba, no
mediterrâneo. Os vencedores restauraram a monarquia francesa, restituindo o
trono a Luís xviii, irmão de Luís xvi.
Governo dos cem dias (1815)
Em
1815 Napoleão conseguiu fugir da ilha de Elba e voltou à frança. O rei Luís
xviii, agora no poder, deu ordens a uma tropa de soldados para prendê-lo, mas
os soldados uniram-se a ele. O rei fugiu para a Bélgica. Napoleão reassumiu o
governo e informou as outras potências da Europa que desejava respeitar as
fronteiras existentes. Novamente no poder, governou durante cem dias.
Uma
nova aliança militar (a sétima) foi organizada, reunindo a Inglaterra, a Áustria,
a Prússia e a Rússia. A batalha, última de Napoleão, foi travada em Waterloo,
região da atual Bélgica. Derrotado, Napoleão foi preso e enviado a santa
helena, ilha do oceano atlântico, onde morreu em 1821.
O congresso de Viena
Mesmo
antes do governo dos cem dias, os representantes das potências européias que
venceram a frança reuniram-se em um congresso na cidade de Viena. Seus
objetivos eram: Reorganizar as fronteiras dos países europeus, modificadas
pelas conquistas napoleônicas; Manter ou restaurar as monarquias absolutistas; Deter
os movimentos de independência das colônias européias na América;
Deter
os movimentos revolucionários que surgiam na Europa, influenciados pelas idéias
liberais da revolução francesa. No congresso de Viena, o czar (título do
soberano russo) Alexandre i lançou a idéia da formação de um pacto de ajuda
mútua entre as monarquias absolutistas. Era a santa aliança, que
teria como objetivo sufocar os movimentos revolucionários que sacudiam a Europa.
Assim,
por meio da ação conjunta de diversos reinos, os movimentos nacionalistas
europeus e os movimentos pela emancipação das colônias americanas, que começavam
a surgir, poderiam ser reprimidos. Os países participantes da santa aliança
ainda buscaram, sem sucesso, restabelecer o domínio colonial europeu sobre as
nações recém-independentes da América hispânica. A reação absolutista não foi duradoura.
Em 1823, os estados unidos da América estabeleceram a doutrina Monroe, cujo
lema era ‘a América para os americanos’, que ameaçava declarar guerra à santa
aliança caso esta fizesse qualquer intervenção recolonizadora nos países
latino-americanos. Também a Inglaterra
não entrou em acordo com os objetivos da santa aliança. O país da revolução
industrial não podia admitir qualquer tipo de restrição de mercado sob pena de
ver bloqueado seu desenvolvimento econômico. Nesse sentido, passou a defender o
princípio de nos intervenção, apoiando as nações independentes da América e desaprovando a aliança
reacionária. Tendo experimentado a
liberdade durante a revolução francesa e sua expansão, o retorno ao absolutismo
tornava-se difícil. Uma onda de revoluções liberais cobriu a Europa na primeira metade do século xix,
abalando de vez as últimas estruturas
absolutistas. A partir daí, desenvolveu-se um forte ideal nacionalista em
diversas nações européias,
principalmente nos países que haviam sofrido perdas territoriais depois do
congresso de Viena…
Nenhum comentário:
Postar um comentário