segunda-feira, 15 de junho de 2015

Wictor Willian Raimondi

  



NOME: wictor Willian raimondi
disciplina: historia
data: 17/06/2015


Revolução Francesa

A Revolução Francesa, que se deu no ano de 1789, no qual se desenrolam seus acontecimentos decisivos é o evento que, segundo alguns autores, inauguram a chamada Idade Contemporânea. Os historiadores do século XIX, que fizeram a linha divisória da História, imputaram a este acontecimento o caráter de marco divisor entre a Idade Moderna e a Contemporânea, por conta da radicalização política que o caracterizou. Para se entender a Revolução Francesa é necessária conhecer um pouco da situação econômica e social da França do século XVIII.
Até o século XVIII, a França era um estado em que vigia o modelo do absolutismo monárquico. O então rei francês, Luís XVI, personificava o Estado, reunindo em sua pessoa os poderes legislativo, executivo e judiciário. Os franceses então não eram cidadãos de um Estado Democrático Constitucionais, como hoje é comum em todo o mundo ocidental, mas eram súditos do rei. O rei personificava o Estado.
Dentro da estrutura do Estado Absolutista, havia três diferentes estados nos quais a população se enquadrava: o primeiro estado era representado pelos bispos do Alto Clero; o segundo estado tinha como representante a nobreza, ou a aristocracia francesa – que desempenhava funções militares (nobreza de espada) ou funções jurídicas (nobreza de toga); o terceiro estado, por sua vez, era representado pela burguesia, que se dividiam entre membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros, empresários, os sans-cullotes (“sem calções”), trabalhadores urbanos, e os camponeses, totalizando cerca de 100% da população.
Ao logo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras, como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento. Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar: 1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que gerou uma inflação 62%; e 2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial.
Os membros do terceiro estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos panfletos que propagavam as idéias de liberdade e igualdade, disseminadas entre a população) passaram a ser os mais afetados pela crise. No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do terceiro estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirrou. O rei então estabeleceu a Assembléia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por representação de estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: primeiro e segundo estados contra o terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e trabalhadores.
A burguesia, que liderava o terceiro estado, propôs em 10 de junho uma Assembléia Nacional, isto é, uma assembléia para se formular uma nova constituição para a França. Essa proposta não obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho, burgueses, trabalhadores e demais membros do terceiro estado se declararam em reunião para formulação de uma constituição, mesmo sem a resposta do primeiro e do segundo estado. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro entre os camponeses. A Revolução se iniciou.
Em 14 de julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era símbolo do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembléia Nacional instituiu uma série de decretos que, dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como a isenção de impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis. A Assembléia institui a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de 1791 foi promulgada a nova constituição francesa, assegurando a cidadania para todos e pressionando o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa constituição previa ainda a igualdade de todos perante a lei, o voto censitário, a confiscação das terras eclesiásticas, o fim do dízimo, a constituição civil do clero, deter outros pontos. A partir deste momento, a França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo governo, a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.
A ala mais radical da Revolução, os jacobinos (que haviam participado da Assembléia Constituinte, sentando-se à esquerda do plenário e opondo-se aos girondinos que se posicionavam à direita), defendiam uma ampliação da perspectiva revolucionária, cuja proposta era não se submeter às decisões da alta burguesia, que se articulava com a nobreza e o monarca. Os jacobinos queriam radicalizar a pressão contra os nobres e o clero, e instituir uma República Revolucionária, sem nenhum resquício da Monarquia.
Prevendo a ameaça que vinha dos rumos que a Revolução tomava, o rei Luís XVI articulou um levante contra-revolucionares com o apoio da monarquia austríaca e prussiana. Em 1792, a Áustria invadiu a França e essa declarou guerra àquela. A população parisiense, após saber dos planos do rei, invadiu o palácio real de Tulleries e prendeu o rei e sua família. O Rei e sua esposa, Maria Antonieta, tiveram suas cabeças decepadas pela guilhotina em 1793 e a Monarquia Constitucional chegou ao seu fim no mesmo ano.












O último rei do absolutismo francês, Luís XVI, e sua esposa, Maria Antonieta, foram guilhotinados pelos revolucionários
Com o fim da Monarquia Constitucional, houve também a dissolução da Assembléia Constituinte e a Convenção Nacional de um novo parlamento. O período da convenção se caracterizou pela forte presença do radicalismo jacobino comandando a Revolução, momento que se tornou conhecido como a fase do Terror (sobretudo por conta do uso indiscriminado da guilhotina como máquina da morte). Nomes como Robespierre, Saint-Just e Danton figuram entre os principais líderes jacobinos. Foi neste período também que a Áustria e Prússia prosseguiram sua guerra contra a França, temendo que a Revolução se espalhasse por seus territórios. No processo de confronto contra essas duas monarquias, nasceu o exército nacional francês, isto é: um exército que, pela primeira vez, não era composto de mercenários e aristocratas, mas do povo de uma nação que se via como nação.
Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e, através de uma nova constituição, instituir uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório, órgão composto por cinco membros indicados pelos deputados. Mas a partir deste mesmo ano a crise social se tornou muito ampla na França, o que exigiu um contorno político mais eficaz, sob pena da volta da radicalização jacobina.
Um dos mais jovens e destacados generais da Revolução, Napoleão Bonaparte, era o nome esperado pela burguesia para dar ordem à situação política francesa. Em 1799, ao regressar do Egito à França, Napoleão encontrou um cenário conspiratório contra o governo do Diretório. Foi neste cenário que ele passou a figurar como ditador, inicialmente, dando o golpe de 18 de Brumário (segundo o calendário revolucionário), e depois como imperador da França. O Período Napoleônico durou de 1800 a 1815 e mudou o cenário político do continente europeu, ao passo que expandiu o ideal nacionalista para várias regiões do mundo.

França Pré Revolucionária

A França Pré - Revolucionária no século XVIII mantinha divisão em três estados. O Clero era considerado o primeiro estado, a Nobreza era considerado o segundo estado, e o Povo era considerado o terceiro estado, o clero e a nobreza tinham vários privilégios como exemplo, o de não pagar os impostos, então, o povo sempre estava carregando os outros dois estados nas costas.
A maioria da população vivia e trabalhava no campo, porém a oferta de alimentos era pequena, pois quase não havia concentração de terras e os impostos eram muito pesados. A fome era algo que estava arrastando os franceses com as secas da década de 1780. Em 1789 o preço do pão estava tão alto, que uma família gastava quase 90% de seu rendimento para a compra do pão. Os comerciantes estavam revoltados, insatisfeitos porque tinham que pagar um grande número de impostos aos nobres. Portanto, mesmo com dinheiro a burguesia estava insatisfeita.
A França estava oprimida com a grande perca da Guerra dos Sete Anos conta a Inglaterra. Além disso, estava ocorrendo uma grande insatisfação popular com a corte, em Versalhes. Insatisfação com a Rainha Maria Antonieta, que estava sempre ligada as luxúria, depravação.
Os panfletos que circulavam pela grande Paris eram muito comuns ver como os monarcas eram tratados, elas eram tratados como animais. A panfletagem que circula pela Paris ajudou a arrancar pela raiz a áurea sacra dos reis franceses.

A Assembléia Nacional Constituinte

Em maio de 1789, tão logo os Estados Gerais se reuniram em Versalhes, manifestaram-se os conflitos entre as três ordens sobre o sistema de votação. A nobreza contava com 300 representantes, o clero com outros 300 e o terceiro estado, com 600. Enquanto o clero e a nobreza exigiam o "voto por ordem". O terceiro estado exigia o “voto por cabeça". Foi a primeira vitória popular: apoiado por dissidentes das outras ordens, e especialmente pelo baixo clero, o terceiro estado fez valer sua posição. Em junho, essa nova maioria se reuniu em separado no "Salão da Pela" (um jogo parecido com o tênis) e jurou permanecer unida até dar à França uma constituição. Diante das manifestações dos parisienses em apoio a essa atitude, orei viu-se obrigado a convidar o clero e a nobreza a se unirem aos representantes do povo. Desse modo, em 9 de julho de 1789, os Estados Gerais se transformaram numa Assembléia Nacional Constituinte.
Essa decisão incitou o rei a tomar medidas mais drásticas, entre as quais a demissão do ministro Jacques Necker (1732-1804), conhecido por suas posições reformistas. Ao saberem do afastamento do ministro patriota, as massas parisienses mobilizaram-se e passaram a controlar as ruas da capital. Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a Bastilha, fortaleza e prisão símbolo do regime absolutista, e libertou os presos que ali se encontravam. A tomada da Bastilha foi um marco decisivo para o movimento revolucionário, pois forçou o monarca a reconhecer o poder dos deputados constituintes. Estes retomaram imediatamente seus trabalhos, que se estenderam até 1791.
Em função das agitações parisienses, o movimento revolucionário espalhou-se pelo campo. Na luta pelo fim da servidão e dos direitos feudais, os camponeses invadiam os castelos da aristocracia e em muitos casos massacravam seus proprietários. Paralelamente, corriam boatos da vingança terrível que os nobres exerceriam sobre campesinato. Essas notícias ocasionaram uma onda de pânico que se expandiu pela maioria das províncias do país, entre fins de julho e princípio de agosto de 1789, que ficou conhecida como Grande Medo (La Grande Peur).
Entre as primeiras medidas aprovadas pela Assembléia estavam à abolição dos direitos feudais - de maneira gradual e mediante amortização -, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e o confisco das terras da Igreja. Em 1790, foi adotada a Constituição Civil do Clero, tentativa de subordinar a Igreja Católica ao Estado. De modo geral, as medidas golpeavam os privilégios da nobreza e do clero, mas não o trono. A proposta de limitação do poder do soberano por meio do estabelecimento de três poderes-executivo, legislativo e judiciário - constituía uma tentativa de conciliar a instituição real herdada do passado com as aspirações de modernização política da França.
A Constituição de 1791, de natureza individualista e liberal, estabeleceu que todos for iguais perante a lei. Todavia, alguns eram "mais iguais do que outros", uma vez que o texto estabeleceu o sufrágio censitário, com a distinção entre cidadãos ativos e passivos. Ativos eram aqueles que votavam de acordo com a sua renda, ou seja, gente de posses, os ricos. Passivos eram os não votantes, como os trabalhadores, os desempregados, as mulheres, enfim, os excluídos. Assim, a Constituição de 1791 mostrou que foi o reflexo das aspirações de uma burguesia moderada que tomou a seu cargo a administração dos departamentos e municípios franceses.
Mas esse projeto moderado não tinha muita sustentação. Por um lado, os setores populares urbanos queriam avançar com o processo revolucionário. Por outro lado, muitos nobres haviam-se refugiado no exterior e se organizavam para destruir pelas armas todas as conquistas da revolução. Os emigrados tinham o apoio de Estados absolutistas como a Áustria e a Prússia, que viam na França constitucional um exemplo perigoso.
A situação agravou-se em junho de 1791, quando Luís XVI e a família real tentaram fugir para a Áustria, terra natal da rainha Maria Antonieta (1755-1793). A comitiva foi presa na cidade de Varennes e reconduzida a Paris.
Em agosto de 1791, os governantes da Áustria e da Prússia lançaram a Declaração de Pillnitz, que afirmava a necessidade da restauração da ordem e dos direitos reais na França como um projeto de interesse comum de todos os Estados europeus. Como era de esperar, tal declaração desagradou os franceses, que a viam como uma interferência nos assuntos internos do país.
Em setembro de 1791, depois de elaborar a Carta Magna francesa, a Constituinte dissolveu-se. A Assembléia Legislativa, que a substituiu, teve de conviver com a ameaça de intervenção externa e com uma séria crise econômica que acabou gerando especulações e um processo inflacionário. Tudo isso reforçou a influência dos setores mais radicais no Legislativo. Em abril de 1792, a Assembléia declarou guerra à Áustria e à Prússia. Como os exércitos desses dois países conseguiram atravessar a fronteira e chegaram a ameaçar a cidade de Paris, a ala radical proclamou a "pátria em perigo" e distribuiu armas à população parisiense. O controle da capital passou à Comuna de Paris, que exigiu da Assembléia o afastamento do rei. Não sendo atendidos, os parisienses atacou em 10 de agosto o palácio real, detendo o soberano e obrigando o Legislativo a suspendê-lo de suas funções. Esvaziada de seu poder, a Assembléia convocou a eleição de uma Convenção Nacional.
Em 20 de setembro, o exército popular derrotou os austríacos e prussianos na batalha de Valmy. Como prevalecia a crença de que o rei e seus adeptos haviam colaborado com os estrangeiros, Luís XVI foi declarado inimigo da revolução. No mesmo dia, a Convenção Nacional iniciou seu governo, decretando o fim da monarquia e proclamando em 21 de setembro a República. Terminou desse modo a fase inicial do movimento revolucionário, na qual a burguesia urbana e os movimentos camponeses investiram basicamente contra os nobres. A fase seguinte da Revolução Francesa, dirigida pela Convenção, veria novos alinhamentos políticos e novos confrontos.

Queda da Bastilha

A queda da Bastilha foi o evento decisivo para o início da Revolução Francesa de 1789. A Bastilha era uma velha fortaleza construída em 1370, utilizada pelo regime monárquico como prisão de criminosos comuns. Na regência do Cardeal Richelieu, porém, o prédio foi transformado em prisão de intelectuais e nobres, especialmente os opositores à ordem estabelecida, seja em relação à monarquia, sua política ou mesmo à religião católica, oficial no período monárquico.

A invasão da fortaleza pelo povo de Paris, em 14 de julho de 1789 é a data referencial para marcar as comemorações da Revolução Francesa. Apesar de ser uma prisão, na data em que foi invadida esta contava apenas com sete presos. A tomada da fortaleza tinha o aspecto prático de resgatar as armas que havia em seu interior, e também o aspecto simbólico de ocupar um dos expoentes máximos do absolutismo.
Outro aspecto marcante do acontecimento foi o de demonstrar que o movimento em curso para buscar a extinção do regime absolutista contava a partir de agora com a população em geral e não mais de um grupo de deputados que pretendiam modificar o regime através de leis.
Na época, o sistema legislativo francês dividia-se em três grupos, os chamados três Estados: o primeiro compreendia os representantes da nobreza; já o segundo representava o clero católico; finalmente, o terceiro, representava a população em geral. Os dois primeiros grupos votavam quase sempre em conjunto deixando o Terceiro Estado isolado e marginalizado, tornando qualquer proposta de mudança da situação pela via política bastante difícil.
Diante dessa situação de falta de representabilidade política, somada à dilapidação dos cofres públicos promovida pela nobreza e pelo clero, aos problemas econômicos enfrentados pelo país na época (devido à participação francesa na guerra de independência dos Estados Unidos somada às colheitas deficitárias ocorridas naqueles últimos anos), a situação torna-se insustentável, o que lança o povo contra o governo de modo dramático, tomando o controle do país à força.
Esta tomada de posição das classes mais humildes irá tomar da classe burguesa o comando pelas reformas no país. É assim que, a 25 de agosto do mesmo ano de 1789, a revolução em curso aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento de inspiração iluminista que marca o declínio dos traços do sistema feudal ainda vigente no país, defendendo direitos considerados atualmente básicos e fundamentais, como direito à liberdade, igualdade perante a lei, inviolabilidade da propriedade privada e resistência a qualquer tipo de opressão

Jacobinos e girondinos

Em 1791 começou a vigorar a nova Constituição francesa. A Assembléia Constituinte, convocada para escrevê-la, foi dissolvida ao concluir sua missão. Em seu lugar, passou a funcionar a Assembléia Legislativa Francesa, que foi palco das disputas que estavam sendo travadas na sociedade como um todo. O exercício da política passou a se fazer a partir da divisão dos poderes entre Legislativo (que faz as leis), exercido pela Assembléia; Executivo (que executa as leis), exercido pelo rei; e Judiciário (que cuida do cumprimento das leis), exercido por juízes eleitos.

Dentro da Assembléia, do lado direito sentavam-se os chamados girondinos, que eram moderados e queriam o respeito à Constituição. Do lado esquerdo, os deputados radicais, que queriam a implantação da República, limitando o poder real. Os da esquerda eram chamados de jacobinos (liderados por
Robespierre) e "cordeliers" (liderados por Danton e Marat).


NAPOLEÃO BONAPARTE

Como vimos a revolução francesa termina com Napoleão Bonaparte no poder. Isto significa que um dos objetivos da revolução, que era a queda do absolutismo, não durou muito tempo, e a frança foi obrigada a conviver com um grande ditador. Apesar de ditador, o povo francês, e principalmente, a alta burguesia, via na figura de Napoleão, um defensor do ideal revolucionário e dos seus interesses econômicos. Na verdade, Napoleão, como um grande estrategista e bom guerreiro que era não se contentou em ficar restrito apenas com as questões da frança. À medida que o tempo vai passando, ele quer conquistar outras regiões da Europa, bem ao estilo expansionista dos antigos romanos, e termina, juntamente com seu país, isolado do resto do mundo.

Este retrato equestre de Napoleão, de autoria de Jacques-louis David, de 1801, mostra o desejo dele, de ser um grande conquistador, inspirado no modelo dos imperadores romanos.
  

De soldado a general

Até 1792, Napoleão Bonaparte era um jovem soldado pouco conhecido na frança, com apenas 23 anos de idade. Mas, neste ano, ele consegue convencer as autoridades francesas a promovê-lo capitão. A partir daí, ele apresenta um plano para libertar toulon, cidade do sul da frança, que estava sob o domínio inglês. Comandando suas tropas, ele liberta a cidade e conquista o posto de general (1793). Em 1796, [1] conseguiu mais uma vitória, dessa vez na campanha contra a Áustria, cujas tropas ocupavam o norte da península itálica, ameaçando a frança. Nessa ocasião, sua popularidade estava em alta e cresceu ainda mais depois que venceu esse conflito. Entretanto, a Inglaterra, maior inimiga da frança, ainda não havia sido derrotada e era uma ameaça para o país. Napoleão desejava invadir o território inglês e, para isso, elaborou um plano: atacar primeiro os locais de onde provinha boa parte da riqueza dos ingleses: o Egito e a índia. Foi então, para Alexandria, cidade no norte do Egito, com 30 mil homens, mas não alcançou a vitória esperada, principalmente porque os ingleses bloquearam a costa egípcia e Napoleão teve de abandonar suas tropas e voltar para a frança em 1799. Chegara ao conhecimento de Napoleão a notícia da formação de mais uma coligação de nações contra a frança. Além disso, fora informado também de que a confusão reinava em seu país: não havia mais líder no diretório, e a população começava a se rebelar. A partir daí, inicia-se a sua trajetória política, cujo governo estende-se de 1799 a 1815 e pode ser dividido em três partes: consulado (1799 – 1804); império (1804 – 1815) e governo dos cem dias (1815).


Consulado (1799 a 1804)

Depois de seu retorno do Egito, em 1799, Napoleão chegou à frança desfrutando de grande prestígio devido às vitórias militares. Valendo-se desse prestígio com a população e diante da situação de instabilidade política do país, planejou um golpe de estado, que ficou conhecido como golpe 18 brumário, e ocorreu em 10 de novembro de 1799. Contando, também, com o apoio de boa parte da alta burguesia, que via em Napoleão o líder capaz de concretizar seus projetos, Napoleão derruba o diretório e instala-se o consulado.
O consulado era governado por três cônsules, Napoleão Bonaparte, Emmanuel Joseph sieyès e Roger ducos, encarregados de elaborar uma nova constituição. Pela nova constituição, Napoleão assumiria o posto de primeiro cônsul durante dez anos. Três anos depois (1802), no entanto, Napoleão foi aclamado cônsul vitalício.
Uma das principais medidas tomada por Napoleão foi à implantação do código civil napoleônico [3], inspirado nas leis romanas, e que entrou em vigor em 21 de março de 1804. A principal finalidade do código era assegurar diversas conquistas da burguesia com a revolução francesa, como a liberdade individual e econômica e a igualdade dos indivíduos perante a lei. O código previa ainda a proibição da organização dos trabalhadores em sindicatos e as greves.


Império (1804 – 1815)

Ainda em 1804, a opinião pública francesa foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, através de um plebiscito, para a implantação definitiva do governo do império. Napoleão ocupa o trono francês, como imperador, com a aprovação de quase 60% dos votos.
Realizou-se uma festa em 2 de dezembro de 1804 para se formalizar a coroação do agora Napoleão i na catedral de notre-dame. Um dos momentos mais notórios da história ocorreu nesta noite, onde, com um ato surpreendente, Napoleão i retirou a coroa das mãos do papa pio vii, que viajara especialmente para a cerimônia, e ele mesmo se coroou, numa postura para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Enquanto isto, as principais potências européias – Áustria, Prússia e Inglaterra – eram governadas por monarcas que temiam ser derrubados por movimentos revolucionários como o que provocou a execução de Luís xvi na frança (1793). Para Napoleão, portanto, era importante derrotar esses países e colocar em cada um deles governantes aliados.
O principal inimigo de Napoleão era a Inglaterra e sua conquista constituía a tarefa mais difícil para ele. Por localizar-se em uma ilha, a Inglaterra, com uma poderosa marinha, só poderia ser conquistada por mar. Além disso, em outubro de 1805, na batalha de trafalgar, na costa espanhola, a frota francesa foi derrotada quando avançava em direção à Inglaterra, aumentando ainda mais o seu ódio contra os ingleses. Em dezembro do mesmo ano, para compensar, venceu austríacos e russos em austerlitz. No ano seguinte (1806), derrotou ainda os prussianos e, em seguida, invadiu Berlim.
Agora, na tentativa de vencer os ingleses, em 1806, Napoleão decreta o bloqueio continental, proibindo todos os países europeus de comerciar com os ingleses. Os países que não aderissem ao bloqueio estavam ameaçados de ser invadidos por tropas de Napoleão.



Mapa do bloqueio continental

Muitos países não aderiram ao bloqueio continental, apesar das ameaças napoleônicas. Um desses países foi Portugal, que nessa época (1806), era governado pelo príncipe–regente d. João, e aliado da Inglaterra. D. João ficou em uma situação difícil, pois se não obedecesse a Napoleão, o príncipe-regente certamente veria Portugal ser invadido por tropas francesas e se aliasse à frança, compraria briga com sua aliada Inglaterra. A solução encontrada foi transferir-se para o Brasil, levando sua família e os principais funcionários do reino com a ajuda dos aliados ingleses. No final de 1807, cerca de 20 mil pessoas embarcaram em catorze navios rumo à América, com suas riquezas, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo o que podiam transportar. Quando o exército de Napoleão chegou a Lisboa, encontrou apenas um reino abandonado e pobre. O fato de a família real transferir-se para o Brasil acabou favorecendo a Inglaterra e estimulando a independência da colônia portuguesa na América. Enquanto isto, a Rússia, enfrentando séria crise econômica, também se recusou a continuar o bloqueio continental contra a Inglaterra. Como represália, em 1812, Napoleão declarou guerra à Rússia. “o exército napoleônico chegou a ocupar moscou, mas encontrou-a incendiada e abandonada. Sem abrigo e sob um rigoroso inverno (temperaturas inferiores a -30ºc), Bonaparte decidiu pela retirada das tropas, dando aos russos a oportunidade de realizar a ofensiva militar.” Já na frança, Napoleão teve de organizar um novo exército para combater uma poderosa aliança militar que havia se formado entre alguns países europeus com o objetivo de invadir o território francês. Composta de forças da Prússia, da Áustria e da Rússia, a aliança derrotou as tropas de Napoleão em Leipzig, e a frança foi invadida, em março de 1814. Napoleão foi preso, destruído e exilado na ilha de Elba, no mediterrâneo. Os vencedores restauraram a monarquia francesa, restituindo o trono a Luís xviii, irmão de Luís xvi.
Governo dos cem dias (1815)

Em 1815 Napoleão conseguiu fugir da ilha de Elba e voltou à frança. O rei Luís xviii, agora no poder, deu ordens a uma tropa de soldados para prendê-lo, mas os soldados uniram-se a ele. O rei fugiu para a Bélgica. Napoleão reassumiu o governo e informou as outras potências da Europa que desejava respeitar as fronteiras existentes. Novamente no poder, governou durante cem dias.
Uma nova aliança militar (a sétima) foi organizada, reunindo a Inglaterra, a Áustria, a Prússia e a Rússia. A batalha, última de Napoleão, foi travada em Waterloo, região da atual Bélgica. Derrotado, Napoleão foi preso e enviado a santa helena, ilha do oceano atlântico, onde morreu em 1821.
O congresso de Viena

Mesmo antes do governo dos cem dias, os representantes das potências européias que venceram a frança reuniram-se em um congresso na cidade de Viena. Seus objetivos eram: Reorganizar as fronteiras dos países europeus, modificadas pelas conquistas napoleônicas; Manter ou restaurar as monarquias absolutistas; Deter os movimentos de independência das colônias européias na América;
Deter os movimentos revolucionários que surgiam na Europa, influenciados pelas idéias liberais da revolução francesa. No congresso de Viena, o czar (título do soberano russo) Alexandre i lançou a idéia da formação de um pacto de ajuda mútua entre as monarquias absolutistas. Era a santa aliança, que teria como objetivo sufocar os movimentos revolucionários que sacudiam a Europa.
Assim, por meio da ação conjunta de diversos reinos, os movimentos nacionalistas europeus e os movimentos pela emancipação das colônias americanas, que começavam a surgir, poderiam ser reprimidos. Os países participantes da santa aliança ainda buscaram, sem sucesso, restabelecer o domínio colonial europeu sobre as nações recém-independentes da América hispânica. A reação absolutista não foi duradoura. Em 1823, os estados unidos da América estabeleceram a doutrina Monroe, cujo lema era ‘a América para os americanos’, que ameaçava declarar guerra à santa aliança caso esta fizesse qualquer intervenção recolonizadora nos países latino-americanos. Também a Inglaterra não entrou em acordo com os objetivos da santa aliança. O país da revolução industrial não podia admitir qualquer tipo de restrição de mercado sob pena de ver bloqueado seu desenvolvimento econômico. Nesse sentido, passou a defender o princípio de nos intervenção, apoiando as nações independentes da América e desaprovando a aliança reacionária. Tendo experimentado a liberdade durante a revolução francesa e sua expansão, o retorno ao absolutismo tornava-se difícil. Uma onda de revoluções liberais cobriu a Europa na primeira metade do século xix, abalando de vez as últimas estruturas absolutistas. A partir daí, desenvolveu-se um forte ideal nacionalista em diversas nações européias, principalmente nos países que haviam sofrido perdas territoriais depois do congresso de Viena

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